domingo, 7 de novembro de 2010

E foi Assim.

Uma carta para alguém que já se foi.

Ainda mais se tudo não passa de uma drama/comédia, ou um contra-ataque ou qualquer coisa que indique que o feitiço virou contra o feiticeiro e essa historia toda. E tudo se formou de uma maneira tão inesperada e ao mesmo tempo previsível que não é surpresa, mas também não é menos doloroso por isso, então você,
desocupado que está lendo isto saiba de uma coisa: dedique-se por mais que pareça que não vale a pena, pois invariavelmente vai chegar a hora que vai sentir que É ESSA A HORA!

Bem que dizem que a vida é uma escola. No meu caso a hora passou e só fui perceber quando as portas se fecharam e é aí que ta o perigo, meu caro. A porta se fechar com o agravante dessa nova situação não ser percebida. Vai e vem muitos me disseram e dizem que é melhor assim, que as diferenças existem e elas formam um abismo onde só se encontra brigas, discussões e outras coisas que acabariam por levar, se a porta estivesse aberta, ao mesmo e previsível final. Contesto essa teoria restrita ao senso coletivo de que se existisse algo que não deveria existir isto seria os conflitos gerados exclusivamente por estas tais supostas e intransponíveis diferenças. Trata-se de uma substituição indevida e até incoerente; ora, por que ignorar toda esta crença de diminuir as diferenças para dar lugar ao tão estimado chavão não podemos lidar com nossas diferenças.

Creio eu que no meio dessa mistura existem outros ingredientes mais que fizeram o bolo solar, não sei realmente o que são e por mais que tenham sido colocadas na massa de maneira natural eu teimo em acreditar que dessa receita, por mais que o primeiro bom tenha saído ruim, a segunda fornada sairia muito boa por sabemos de que cada um é feito. Mas como já foi dito existe o tempo certo pra cada coisa acontecer e o meu relógio infelizmente se atrasa nos momentos importantes. Eu cheguei atrasado, a porta fechou, a cozinha fechou e perdi algo que desde o início dei valor, mas que só depois senti que era aquilo que eu queria por ainda muito tempo, mas a porta fechou isto é o que é agora e o que importa.

Sinto dentro de mim um profundo pesar, pois sinto que talvez eu seja o maior culpado disso. Eu acredito que existe em cada um de nós, seres humanos, uma espécie de radar, um tipo de sensor que é capaz de captar, mesmo que subconscientemente, o que o outro está sentindo e essa informação acaba por chegar ao consciente de uma maneira diversa mas que expressa de alguma forma a informação original. E o profundo pesar a que me referi é exatamente por isto. Nos últimos momentos, nas ultimas semanas em que estávamos juntos eu realmente estava desligado de algumas coisas e confuso sobre outras coisas, mas preferi as guardar para mim justo por que sentia e sabia que era um momento e que passaria e que ficaríamos bem, mas parece que esse seu sensor captou o que eu estava sentindo naquele momento. É exatamente quase no final desse momento meu que tudo terminou, e como eu disse pessoalmente na terça, eu achei na hora que era melhor mesmo cada um ir pro seu canto.


Não pedi e nunca desejei que fosse assim. Achei que um pouco mais de esforço e tolerância de ambas as partes nos fariam sermos muito felizes, mas agora parece que da sua parte já não é mais questão de superar as diferenças, é algo que em mim ainda está queimando e que em você foi apagado pela chuva. Mas é disso que a vida é feita afinal.

Enfim, aconteceu de uma forma tão rápida e inesperada que para mim é difícil de digerir tudo. Mas no fim é isso mesmo e o que devemos fazer é seguir nossos caminhos. Já não posso fazer nada a não ser querer o seu bem.



29/01/1997
Por Lima Limão

3 comentários:

  1. eu senti uma sinceridade imensa neste texto. as palavras não tiveram vergonha de se mostrar assim como o sentimento do autor.
    adorei!

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  2. caiu como uma luva...gostei não, adorei o texto!
    Parabéns, Lima Limão!

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