segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sofia Coppola e as Irmãs Suicidas

A história de cinco irmãs, cinco virgens suicidas. Foi assim que Sofia Coppola decidiu iniciar sua trajetória na direção cinematográfica. E diga-se de passagem ela não escolheu um tema dos mais fáceis. Apesar disso, ela conseguiu dirigir e criar um filme sublime evitando clichês e diálogos piegas.


 O filme é baseado no livro homônimo de Jeufres Eugenides (The Virgin suicides), que relata a história de cinco irmãs de classe média que levam, aparentemente, uma vida normal ao lado de seus pais conservadores numa pacata cidade de interior. Logo no inicio do filme testemunhamos a tentativa de suicídio da caçula das cinco irmãs, Cecília. "Obviamente, doutor. O senhor nunca foi uma menina de 13 anos" é com esta frase sem precedentes que Cecília responde ao seu psiquiatra quando ele pergunta a ela o que faz ali, já que é tão nova para o quanto a vida é difícil. Só com essa resposta da caçula das irmãs Lisbon podemos ter um vislumbre do que teremos pela frente.

O cotidiano das irmãs é narrado por quatro garotos da vizinhança desde o inicio do filme, artifício muito bem utilizado por Sofia Coppola, pois a narração dos garotos dá um tom poético e nostálgico aos fatos, tornando a história leve e delicada. Outro ápice do filme é a forma com a qual Sofia Coppola apresenta os pais das cinco irmãs. Os pais (Katleen Turner e James Woods, excelentes) que apesar de serem os supostos “vilões” da história em nenhum momento são realmente pintados como tal, e são eles que constroem o caminho que nos leva à tragédia da família Lisbon.

Dado um certo momento do filme o roteiro privilegia uma das cinco irmãs, Lux Lisbon vivida por Kristen Dunst. A mais bela e atraente das meninas Lisbon rouba a cena e acaba decidindo, mesmo sem querer, o desfecho da história. Nesta parte do filme os quatro garotos narradores são distanciados dos acontecimentos e só conseguem retomar sua narração nas últimas cenas. Isso na minha opinião não foi tão favorável ao filme, como creio também que a falta de atenção dada as outras quatro irmãs faz com que a trama perca uma certa intensidade em potencial.

Sofia Coppola parece perseguir durante todo o filme um clima poético e intenso, e podemos perceber que ao fim da trama ela o alcança. A tragédia das virgens suicidas nos mostra a fragilidade da vida, narrada sem escândalos, em cores solares, sem clichês, sem drama e nem por isso de forma menos perturbadora.

Por Malu Cima

3 comentários:

  1. Também recomendo o filme. Muito bom. A diretora começou com pé direito, e em "lost in translations" não baixou o nível.
    o pai (pra quem não sabe, francis-ford coppolla, um dos maiores diretores americanos de todos os tempos) falou que já aprendeu coisas preciosas com o jeito de dirigir da filha.

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  2. Gostei do filme ! É legal!

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  3. Deu Vontade de Assistir o Filme Malu!
    Texto Massa!

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