terça-feira, 10 de maio de 2011

O encontro do samba com a mulher...


Para aqueles que possuem o germe da música brasileira em si, eis uma preciosa dica: o novo cd da Adriana Calcanhoto, “O Micróbio do Samba”.


O décimo cd da cantora, lançado este ano, passeia pelo universo do samba de forma sonora e feminina em 12 faixas, recriando o próprio ritmo de forma peculiar na voz mais que afinada de Calcanhoto que, declarou em entrevista “Quem tinha o micróbio do samba era o homem. Se a mulher tivesse era a vadia”.
Todas as canções, de própria autoria, possuem um tom particular recontando certas histórias. Por exemplo, a música “Beijo sem” traz uma inversão de papéis, dessa vez é ela quem vai a Lapa e chama a orgia de “meu bem”.

A faixa “O mais perfumado” retrata um malandro tipicamente carioca, desta vez cantado por uma mulher, ouso dizer, uma Amélia consciente. Em “Aquele plano para me esquecer” o samba se mistura a uma bossa meio Jobim; e a faixa número 6 é dona de um samba melancólico e doído que diz que “o amor é hiperquântico, sim senhora”. Nas mãos da cantora a cuíca faz nosso corpo tremer, em “Vai saber”. Mas o samba não aparece desacompanhado neste cd, em “Pode se remoer” é audível a pitada de axé, em “Deixa Gueixa” uma marchinha sobrepõe o samba.

Calcanhoto abre o cd com um samba ensolarado feito para fazer sorrir e encher de esperança a alma (“Eu vivo a sorrir”), e alegre se despede com “Tá na minha hora” que nos deixa suspirando. Mais do que indicado este é um cd para se ouvir todo dia, por qualquer um que guarde ou não o samba no coração.


Por Malu Cima

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