sábado, 15 de maio de 2010

Vendo, Dia das Mães novinho, ano 2010


Ontem comprei o presente da minha mãe, e foi como nos outros últimos anos algo automático, se é Dia das Mães a minha mãe não pode ficar sem presente.
Mas hoje senti pela primeira vez a necessidade de saber quem inventou o Dia das Mães. Então dei uma passadinha na Wikipédia, e descobri que se o dia das mães viesse com aquela etiqueta dizendo onde foi fabricado ele viria com uma etiqueta “Made in USA”, sim sim, data fabricada nos Estados Unidos e oficializada com toda pompa em 1914 pelo então presidente Woodrow Wilson. Desde então a data foi exportada para vários países ganhando diferentes dias no calendário. Aqui no Brasil, a data só oficializada em 1932 por Getúlio Vargas.
Porém, O Dia das Mães não é uma data importante apenas para todas as famílias e mamães do mundo, na verdade ela é também a data mais esperada pelos comerciantes também, principalmente aqui no Brasil em que o comércio consegue faturar muito mais do que fatura no Natal. E assim acontece a cada ano, os shoppings e ruas ficam lotados de pessoas agitadas carregando sacolas para lá e para cá, até porque você não compra presente apenas para a sua mãe, compra para sua avó, sogra, tia, ... e lá vai. Sem falar que ainda tem gente que aproveita as ditas promoções e leva alguns mimos extras para consumo próprio.
Agora não seria uma grande economia se o nosso meio, passasse a ver esta data não apenas como uma data comemorativa, mas como uma data de todo dia? E em vez de gastarmos rios de dinheiro para cumprir a tradição, que nós passássemos a cumprir o amor ao próximo todos os dias? Claro que o comércio e as grandes empresas e multifuncionais ficariam um tanto triste com isso, mas nossas mães ganhariam o ano inteiro de presente, e nosso bolso não sofreria tanto. Tá bom, sem exagero, um ano inteiro não, até porque as mães costumam ser chatas, mandonas e tudo mais, fazer o quê é acessório de fábrica.
A questão é que uma data que surgiu para alegrar as mães, acabou virando apenas mais um dia de compras exacerbadas, assim como outras datas importantes como Natal, Páscoa, Ano Novo, Dia dos Pais e das Crianças.
Comprar é a sina da nossa geração, ou além, da nossa pobre e pequena sociedade burguesa. A cada dia que passa, as prateleiras de lojas e supermercados ganham novos produtos para serem comprados e consumidos. Será que daqui à alguns anos iremos encontrar amor em conserva à venda na mercearia da esquina?

por Malu Cima

3 comentários:

  1. É ,talvez seja o momento de repensar sobre o Dia Das Mães.
    Adorei o Texto!

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  2. Belo texto. Confesso, pareceu-me um pouco romantizado, mas de forma alguma Eu apontaria esta singularidade como um defeito.

    Quanto à nossa sentença de vida/morte: “Comprar é a sina da nossa geração, ou além, da nossa pobre e pequena sociedade burguesa”. Diria que a supremacia da burguesia já se esvaiu há algum tempo, mas o proletariado dá conta do recado, mantendo a economia ativa e sempre um exercito de reserva logo ao lado do setor de demissões.

    Em verdade, infelizmente – ou não – cedemos nossas vontades e aspirações mais íntimas, ou mesmo atitudes simples e pessoais à fugaz vaidade de compra desenfreada - nalguns casos beirando a necessidade.

    De quem é culpa? Data-se o culpado e apontam-se seus cúmplices, mas duvido muito que isto, por si só, seja suficiente para entendermos esse tipo de jogada político-econômico. Mesmo porque, todas estas festividades que comentou ainda por cima vêm acompanhadas de todo um murmurinho propagandista.

    Desconfio que os ‘fins’ embaralharam os ‘meios’.

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  3. Legal o texto!

    Acertou em cima da mosca Cima! o,O

    Enfim, se tratando de um mundo onde acontece revoluções e evoluções de conceitos por minuto, muito pertinente, eu diria, sua colocação sobre nossa pequena sociedade burguesa e sua fome mordaz ao consumo.

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