Pipipipipipipi...
O alarme da biblioteca tocou, alguém acabara de ser pego em flagrante!Todos da fila, das mesas,do balcão se viraram para ver quem era o autor do “crime”, o ladrão de livros.
Não pude deixar de sentir pena do garoto mirrado que, vermelho como um pimentão, gaguejava explicações ao segurança sobre a encrenca que entrara. Devia ter seus... 12 anos. Parecia um daqueles “nerdzinhos” - mesmo sem os óculos (o paradigma dos Nerds) - tinha o rosto cheio de espinha e olhos curiosos. Carregava uma mochila marrom correspondente a metade do seu tamanho e eu podia jurar que nos momentos de solidão construía histórias fabulosas com seres fantásticos, sentindo-se o herói de todas elas.
A conversa, quase monossilábica, entre ele e o homenzarrão foi humilhante; esperava menino fosse chorar a qualquer momento, felizmente não, resistiu com bravura. Não que eu ache bonita sua atitude, ainda mais se tratando de um bem comum, que possui a nobre causa de levar democraticamente o conhecimento para todos que o procuram; mas como condenar um ladrão de livros?
Foi nesse momento que me deixei transportar para o passado. Lembrei de mim, um pouco menor que o garoto (nove anos). Peguei um livro na biblioteca da escola, “Reinações de Narizinho”, por indicação de uma amiga. Todos os dia lia uma página, um parágrafo ou uma linha que fosse; cada vez mais encantada com a estória de Monteiro Lobato. E fui ficando,o tempo passando, passando, passando...quando dei por mim, havia mudado de casa e de escola, não pude mais devolver o livro. Depois, vieram outras oportunidades, inconscientes, de ficar com os livros alheios; mesmo estando corroída pelo remorso não tinha mais cara para devolver.
Se não me engano, o livro escolhido pelo garoto foi “sonhos de uma noite de verão “ , ainda envergonhado, ele baixou a cabeça e pediu desculpas. Por ser a próxima da fila não consegui acompanhar o desenlace da história. Acho que no fundo o menino sequer considerou errada a sua atitude, sendo tão inconsciente e sonhador quanto eu fui um dia.
Por Milazul Marinho
tudo bem se ele ladrão fugir.. =D
ResponderExcluirRoubar livro é um crime justificável, assim como a eutanásia, o download pirata e o consumo de drogas ilícitas.
ResponderExcluirhahahahah
www.piratebay.org
tenho vários livros roubados & já me roubaram livros roubados, mas ladrão que rouba ladrão...
ResponderExcluirCN
ResponderExcluirbom texto.
parabens ao blog e a equipr!
Como dizia um Professor Meu: "Quem empresta um livro não presta e quem devolve esse é que não pesta mesmo!"kkkkkkk
ResponderExcluirAdorei o Texto Mila!
muito legal o texto! me faz lembrar que já roubei varios livros emprestados e que tenho livros meus emprestados a alguem que nao me devolveu.-
ResponderExcluirfalando nisso eu tenho que pegar de volta alguns livros... e vcs sabem quem são.